Unir trabalhadores e trabalhadoras da educação na luta contra o arrocho, a privatização e o adoecimento!
O Movimento Vinte e Nove de Abril – M29 conclama os trabalhadores e trabalhadoras de educação básica da rede pública do Paraná a participarem das assembleias regionais e da assembleia estadual da categoria marcada para o próximo dia 22 deste mês.
Vivemos um momento decisivo da luta em defesa da escola pública democrática e de nossas condições de trabalho. Em nossas escolas, em nossos locais de trabalho, o que impera entre nós é a angústia, a insegurança, a dor e o adoecimento, sem contar o arrocho salarial.
O projeto de mercantilização da educação pública implementado pelo governo Ratinho Júnior atinge níveis insuportáveis, provocando o total desmonte pedagógico e precarizando completamente nossas condições de trabalho.
Por um lado, convivemos com o avanço da destruição da gestão democrática, com o cerceamento da autonomia pedagógica, com a plataformização do ensino e com os sofisticados mecanismos de vigilância, controle e punição; por outro, somos profundamente afetados pela retirada de direitos fundamentais, pela política de privatização e de militarização de unidades escolares, pelos contratos temporários, pela defasagem salarial de aproximadamente 40%, pelas práticas de pressão e de assédio moral, pelo alto nível de adoecimento e ausência de assistência clínica, pela punição e exclusão daqueles que adoecem e, agora, para coroar o rol de infortúnios, pela vinculação de parte de nossos vencimentos ao desempenho de estudantes na famigerada Prova Paraná.
Enquanto vivemos um verdadeiro inferno como educadores, o governo Ratinho Júnior enche o bolso da mídia burguesa através da propaganda oficial vendendo seu modelo educacional como “a melhor educação do Brasil”. Conhecemos bem a natureza desse governo e dele não devemos esperar absolutamente nada de bom. Nas palavras do próprio governador, “a educação pública do Paraná é uma das melhores do Brasil porque aqui ele fez tudo ao contrário do que queria o sindicato dos professores”. Trata-se, obviamente, de um inimigo público, contrário aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, bem como das famílias que encontram na escola pública um espaço de resistência. Seu governo instrumentaliza o Estado para aprofundar a lógica de mercantilização da educação, subordinando-a aos interesses do capital. Ao agir assim, reafirma o caráter de classe do Estado burguês, que privilegia empresários e especuladores em detrimento do direito à educação pública.
A esperança de reconstrução de nossas condições de trabalho e da consequente dignidade profissional exige de nós a imediata retomada da luta coletiva. Somos uma categoria de luta. Em nossa trajetória, vivenciamos momentos históricos memoráveis, entre eles as grandes greves de 2015. Mesmo no ano passado, quando o governo apresentou na ALEP o projeto de privatização, a categoria se sobrepôs a todas as dificuldades e às ameaças do governo atendendo o chamado da direção da APP, construindo uma greve com ampla adesão, colocando mais de vinte mil educadores em marcha pelas ruas de Curitiba. Infelizmente, após a aprovação do projeto, a direção sindical optou por desconstruir a greve, apostando em outras estratégias ineficazes para derrotar o governo. O resultado desse recuo da direção sindical, bem como de tantos outros recuos ao longo dos últimos anos, vem fortalecendo o avanço das políticas destrutivas do governo Ratinho Júnior.
Precisamos, com urgência, reunificar a categoria, participar de forma decisiva das instâncias deliberativas de nosso sindicato e, por nossas mãos e braços, reconstruir as bases da escola pública democrática e com condições dignas de trabalho e de vida.
Por isso, mais uma vez, conclamamos toda a categoria para participar ativamente da Assembleia Estadual do dia 22 de fevereiro.
A participação de todos e todas é fundamental para aprovar um plano de luta consequente e que dê conta de enfrentar todos os ataques à escola pública e aos trabalhadores e trabalhadoras da educação estadual:
- pelo pagamento do piso salarial nacional;
- pela imediata ampliação da hora atividade;
- pela revogação do projeto de privatização e pelo fim da militarização das escolas;
- contra a plataformização da educação e uberização do trabalho docente;
- por medidas de combate ao adoecimento da categoria;
- pelo fim das medidas punitivas em razão do adoecimento;
- pelo direito dos/as PSS de acompanhar seus filhos e filhas ao médico;
- pelo fim da prova do PSS;
- pelo fim da terceirização dos agentes educacionais;
Vamos juntos decidir uma forte e expressiva mobilização já no início do ano letivo.
Sigamos o exemplo da vitoriosa greve dos educadores do Pará que obrigou o governador Barbalho a REVOGAR seu projeto de ensino à distância em terras indígenas e abrir negociações sobre plano de cargos, carreiras e salários. A luta aguerrida de indígenas, quilombolas e professores/as no Pará nos mostrou que o espírito de unidade e da prática solidária é possível não só resistir como fazer os governos recuarem de suas medidas contra a educação pública. Lutemos também para que a nossa resistência se converta, cada vez mais, em novas conquistas.
Viva os trabalhadores e trabalhadoras da Educação
Vivia a unidade da classe
Viva o M29
Movimento 29 de Abril – 11 de fevereiro de 2025